Por Ana Carla Mendonça
Para voltar a
ser criança, eu precisaria ter superpoderes, viajando nas asas do tempo em
busca de sonho e encanto das recordações do passado que me fizeram tão bem.
Nessa época, a tristeza não invadia meu canto e o choro era apenas por não
poder ir brincar na rua. A saudade não existia e eu não conhecia a dor da
perda. A família estava completa e sempre reunida.
Na minha
infância, tudo era alegria. A festa era garantida com cantigas de roda,
pique-esconde, pula corda, taco e queimado. Conhecia a internet, mas não tinha
acesso e isso não incomodava em nada.
Tudo era real,
simples e verdadeiro, não tinha amigos virtuais. Todo dia, depois da escola,
era sempre a mesma coisa, a tarde terminava com brincadeiras e conversas até o
anoitecer. Agora as crianças se divertem com computadores, televisão e vídeo
games, ficam ocupadas em passar fases, vencer obstáculos não há encontros como
antigamente.
A recordação
vem a todo instante na memória e no coração. A saudade da minha infância só
cresce. Sinto falta dos almoços em família, das broncas da minha mãe, de andar
de bicicleta, da minha terra querida, da minha amada Arari.
A maior saudade
é da minha família, da época em que nem pensávamos na distância, por
necessidade de buscar uma vida melhor ou por lazer. Os encontros tornam-se
raros e esses são intensos e cheios de amor. Na época em que não pensava que
tinha que construir a minha própria vida e que, para isso, teria que partir
voando em busca dos sonhos que reguei na minha infância… Como eu fui feliz!
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